Da cientificidade de Milton Santos ao ativismo de Boaventura Sousa dos Santos: uma proposta de geografia popular
Ao perceber os inúmeros muros que se erguem, visíveis ou invisíveis, no Brasil e em todo o planeta, este livro apresenta uma proposta de reflexão que conduz para a condição de que não nos reconhecemos como brasileiros e tampouco vivemos numa aldeia global. Que a democracia não é perfeita em muitos sentidos, sobretudo, nos territórios de identidade onde as comunidades tradicionais não têm o poder de decidir sobre o futuro dos seus territórios. Assim, os mapas são instrumentos de poder ou de confinamento. A geografia popular proposta na obra possibilita, portanto, refletir o quanto os mapas oficiais estão obsoletos, pois a sociedade transgride os limites cartográficos, colocando em causa a debilidade de governança, em todas as escalas, que produz muros e aprofunda os abismos entre pobres e ricos. Se a geografia é uma ciência que contribui para entender o mundo, esse livro significa um esforço nessa direção.