Biopolítica e cidade: genealogia dos domínios de saber sobre a cidade
Biopolítica e cidade foi escrito como um ensaio de filosofia política movendo-se em canteiros históricos. Filiando-se aos pensamentos de Michel Foucault e de Friedrich Nietzsche e com uma fina prosa ensaística, Fernando Ferraz traça uma história política da emergência de domínios de saber sobre a cidade, tomando, como exemplo de estudo, o caso da sociedade brasileira oitocentista. A partir das intuições foucaultianas, o autor sustenta que tal emergência se dá a partir de uma forma histórica específica de relações e de exercício do poder à qual Foucault reserva a denominação de biopoder, ou seja, um poder de gestão ou governo de populações. Dois argumentos elencados no livro aproximam biopolítica e cidade e iluminam um duplo movimento biopolítico: governar populações em seu potencial de desordem; e gerir a intimidade e a sexualidade da família burguesa em emergência no Brasil da segunda metade do século XIX.