Direito e imaginação institucional em Roberto Mangabeira Unger
Para Mangabeira Unger, deve-se conceber a democracia como processo de descoberta e aprendizagem coletivo, cabendo ao direito organizá-lo e tomar como suas as aspirações dessa dinâmica. No paradigma ungeriano, a imaginação é constitutiva do jurídico, pois este é pensado como alavanca e material para construção de outras esferas de institucionalidade, de tal modo que a tarefa de traduzir no pormenor institucional interesses e ideais exige do operador do direito que enfrente inauditos desafios. Assim, esta obra ajuda a compreender os limites que o pensamento contemporâneo tem para representar as possibilidades de transformações reais na estrutura da vida das sociedades. Se muitas aspirações de generosos projetos de emancipação humana malograram exatamente por não terem encontrado tradução prática em instituições que permitissem a materialização das ambições cultivadas, o direito poderia ser o espaço dessa afirmação e desse encontro.