Discurso imagético: significados na transposição do conhecimento científico no ensino de física
Este texto visa conduzir o olhar crítico para um dos elementos fundamentais na consolidação do que entendemos por ciência, do que são as representações da realidade, e o modo como estas se mobilizam e permitem falar sobre as coisas da própria ciência, em um ciclo interminável de desenvolvimento. Ao tratar do uso da linguagem para ensinar a física, e, mais especificamente, do uso de signos do campo do visual, busca-se, entre tantas nuances, o entendimento de que é necessário aprender a usar a linguagem visual tendo em vista o fato de ser esta uma das linguagens pela qual se expressa a própria ciência. As discussões que são tecidas no livro se baseiam na apropriação da teoria semiótica proposta por Charles Sanders Peirce, que possui uma ampla tipologia de signos e suas inter-relações, permeada pelas ideias de Chevallard acerca da Transposição Didática (TD), no que tange à ação do professor enquanto agente dessa transformação em sala de aula, e, ainda, perpassada pelas preocupações de Bachelard acerca do desenvolvimento do “espírito científico”.