Este livro trata dos modos de ensinar arquitetura, tarefa difícil e cativante como toda tarefa docente. Na especialidade de ensinar projeto, o docente arquiteto tem que desdobrar-se para atender à diversidade de ações que a atividade comporta. Sem eufemismos, a autora acredita ser necessário entender que a profissão definida como arquitetura pisa num terreno escorregadio, de difícil definição. “Arquitetar” costuma ser usado como sinônimo de organizar, matutar, construir, tramar… entre outras atividades mais ou menos respeitadas. Por essas e outras, saiu no encalço de contribuir para a melhoria do ensino da atividade principal do arquiteto: projetar. A iniciativa partiu do grupo docente que aceitou a tarefa de adaptar o curso da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (FAUFBA) às “diretrizes curriculares” vindas do Ministério da Educação (MEC), em 1996. O desdobramento dessa atividade centrou-se na especificidade do aprender a ensinar a projetar, que acabou sendo motivo para ingresso no curso de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU) da FAUFBA, no qual desenvolveu como tema de tese o compromisso ético e estético que a atividade e o exercício da profissão exigem. Hoje, particularmente, a temática escolhida se mostra visceralmente importante em virtude dos tempos de crise que atravessa a população brasileira e mundial e seus reflexos nas políticas educativas recentemente adotadas.