O cão morde a noite
A obra transita entre o sonho e a realidade, a poesia e a crueldade, a inocência e a descoberta do mundo, nunca o desencantamento dele. O texto toma o(a) leitor(a) pela mão e revela os caminhos de uma infância muito pobre do protagonista Emiliano José, até novembro de 1970, quando é preso durante a ditadura militar. O(a) leitor(a) experimentará o horror junto com ele. Sobrevivente, passa a viver a eternidade de quatro anos preso, o dia a dia cinzento, esmagador e a gigantesca clepsidra. Quando sai de cena para dar lugar aos companheiros de prisão e suas histórias, tão ou mais ricas, surge o cotidiano de cadeias, principalmente da Galeria F da Penitenciária Lemos Brito. Assim, testemunha-se a prosaica e rica convivência de tantos prisioneiros políticos, angústias e alegrias. Um livro de memórias, autobiográfico, coabitado com seus parceiros de jornada.