O livro traz reflexões sobre a preservação e a conservação da arquitetura popular, tendo como foco específico as práticas empreendidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) ao longo de quase quatro décadas de atuação sobre o conjunto tombado de Mucugê. A obra descortina tensionamentos sobre as transformações na produção dessa arquitetura e sobre possíveis formas mais adequadas de preservá-la, problematizando o fato de que o foco na manutenção de uma certa feição idealizada minimizou questões essenciais para a preservação de uma arquitetura vernácula/popular, que é dinâmica por natureza; e pressupondo, assim, que ações efetivas de preservação de arquiteturas oriundas da cultura popular devem visar não somente a conservação do seu suporte físico, a arquitetura em si enquanto produto, mas também a salvaguarda do saber-fazer que lhe originou.