Este livro deriva do Seminário Urbanismo na Bahia 21 (urbBA[21]), realizado on-line em plena pandemia, que teve como tema “Por uma arte de cultivar e esperançar cidades”. Buscava-se construir um espaço de reflexão que permitisse, em meio à tragédia do mundo, vislumbrar processos e movimentos que se insurgem contra todos os ‘cídios’. Na interface entre cultivo e esperança, o cuidado emergiu como conceito-guia para problematizar e imantar esse conjunto de possibilidades. Ética, prática, território, política e formação são as abordagens principais aqui desenvolvidas, as quais, em diferentes formulações e registros, sejam eles acadêmicos, vivenciais ou ativistas, nos instigam e nos inspiram a pensar o cuidado como possibilidade de interpretação e de proposição para cidades e territórios. Compreensão e enfrentamento confluem, criando espaços de vida que possibilitam repensar crítica, criativa e propositivamente a forma como nos relacionamos uns com os outros, com as cidades, com os territórios, com os não humanos, nos quais estamos inexoravelmente intrincados, nessa complexidade que envolve um mundo de muitos mundos.