Suicídio, bioética e neoliberalismo: entre as éticas da vida e as políticas de morte
Alicerçada em múltiplas indagações, esta escrita, plena de intenções políticas, pretende percorrer os estatutos que colocam o suicídio em disputa discursiva. Quais os efeitos da concepção psicopatológica do ato para as políticas públicas e modos de cuidado às pessoas em sofrimento? O sujeito tem autonomia para tirar a própria vida? Vulnerabilidades e condicionantes sociais da saúde influenciam os modos de viver, morrer e matar-se? Os sujeitos podem ser suicidados pela sociedade? O livro parte da ideia do suicídio como análogo a uma dança compartilhada em passos particulares e movimentos dinâmicos políticos, sociais, culturais e afetivos. Estado, instituições, pessoas: todos são agentes com capacidade frente às coreografias da violência. Com ênfase nos aspectos relacionais e interseccionais, a autora revisa os conceitos de autonomia e questiona: quem somos nós na coreografia do suicídio?