Teatro na Bahia: 80 críticas
As décadas de 1990 e 2000 representam uma época de ouro para as artes cênicas na Bahia. Nesse período, o teatro baiano foi marcado por intensa e diversificada produção com grande receptividade de público, numa efervescência que possibilitou a revelação de talentos que ganharam projeção nacional, a exemplo de Lázaro Ramos, Wagner Moura, Laila Garin, João Miguel e Vladimir Brichta. Um mapeamento farto de espetáculos dessa fase está registrado no livro Teatro na Bahia: 80 críticas, do jornalista Marcos Uzel. A publicação reúne críticas de peças que se tornaram clássicos da cena local, como 1,99, A bofetada, Ó paí, ó!, Oficina condensada, Merlin ou a terra deserta, Os cafajestes, Cuida bem de mim, Cabaré da rrrrrraça, Divinas palavras e O sapato do meu tio. O registro da longevidade cênica de figuras icônicas da tradição do teatro baiano é um dos valores de memória dessa coletânea. O livro documenta flagrantes preciosos da atuação de grandes artistas que já partiram, como Mário Gusmão, Carlos Petrovich, Wilson Mello e Nilda Spencer, e de veteranos que continuam na cena, dentre os quais, a dama Yumara Rodrigues e o mestre Harildo Déda. O autor também analisa peças de companhias teatrais emergentes da época, a exemplo do Bando de Teatro Olodum, o grupo negro mais popular da história das artes cênicas na Bahia e um dos mais importantes do Brasil.