Entre mudanças e permanências
Apoiada no ideal de que o jornalismo estabelece uma relação de simbiose com a sociedade e que só é possível compreender sua função analisando-a em relação ao conjunto do qual faz parte, a obra de Ana Cristina Menegotto Spannenberg explora o jornalismo soteropolitano no século XX a partir da observação do mais antigo periódico em funcionamento: o jornal A Tarde, criado em 1912 por Ernesto Simões Filho. Com isso, utiliza-se das coberturas eleitorais do jornal em 1919, 1954 e 1990 para compreender como o jornalismo se relacionou com a sociedade durante este período, considerando mudanças socioeconômicas, ideológicas e as tensões na esfera de poder. O livro convoca uma reflexão acerca dos confrontos entre modernidade e tradição, vanguardas e conservadorismos, ligados à esfera da comunicação no Brasil.