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Prof. Marcelo Embiruçu fala sobre o Programa de Edição Eletrônica de Textos de Pesquisa, Criação e Inovação da UFBA (23/01/2012)

O Pró-Reitor Marcelo Embiruçu, da Pró-Reitoria de Pesquisa, Criação e Inovação (PROPCI), concedeu uma entrevista ao site da Editora da Universidade Federal da Bahia (Edufba) sobre o Programa de Edição Eletrônica de Textos de Pesquisa, Criação e Inovação da UFBA (E-Livro), que está com inscrições abertas até o dia 31 de janeiro.

Este programa, uma parceria entre a PROPCI e a Edufba, está selecionando originais de textos de cunho acadêmico em todas as áreas do conhecimento. Os autores contemplados serão publicados em suporte eletrônico, com total financiamento, e os livros disponibilizados em meio digital no Repositório Institucional da UFBA (www.repositorio.ufba.br/ri).

Confira, abaixo, a entrevista na íntegra.

 

1 – Como surgiu a ideia de criar um Programa que incentivasse e possibilitasse a publicação de textos acadêmicos em formato digital?

Essa ideia foi trazida à PROPCI pela Edufba, e nós prontamente a acolhemos, vislumbrando o seu grande potencial. A publicação de textos, livros em particular, em formato digital é uma tendência irreversível, dadas as suas diversas facilidades e flexibilidades, em diversos aspectos, tais como acesso, mobilidade, facilidade de busca, entre outras. Outra vantagem importante é o custo, muito inferior à publicação tradicional em papel. Assim, o nosso objetivo é, no médio prazo, universalizar esta ação. Ou seja, do ponto de vista do usuário final (docentes, estudantes e técnicos-administrativos) pretendemos tornar esta ação de fluxo contínuo, e pretendemos publicar absolutamente toda a produção apresentada e aprovada pelo Conselho Editorial da Edufba.

 

2 – Neste primeiro edital, apenas autores com vínculo ativo com a UFBA podem inscrever originais para seleção. Existe a possibilidade de, em editais futuros, outros estudiosos poderem publicar?

Vamos aguardar que esta demanda se apresente para que possamos avaliar em que medida isto é possível. A questão central neste caso é que, embora o custo seja muito menor em relação ao custo de uma publicação em papel, ainda assim existe um custo, basicamente de pessoal. Então temos duas questões. Primeiro, só consideraremos esta possibilidade a partir do momento em que formos capazes de acolher e publicar toda a produção da UFBA aprovada pelo Conselho Editorial, conforme mencionado anteriormente. Segundo, do ponto de vista da legislação vigente, já que envolve a utilização de recursos públicos, precisaremos ver de que forma isto pode ser implementado, pois no formato atual, formulado para a comunidade da UFBA, o usuário final não tem qualquer custo com este Programa. É possível que, para abrir o Programa para outros segmentos, tenhamos que estabelecer alguma taxa, e teremos que ver como isso pode ser dar legalmente. Ou precisaremos estabelecer um limite máximo (como estamos fazendo no momento para a nossa comunidade, mas, como colocado anteriormente, queremos acabar com este limite para a comunidade da UFBA), e/ou priorizar segmentos (por exemplo, outras comunidades universitárias; professores do ensino médio, entre outros).

 

3 – A disponibilização de trabalhos acadêmicos no RI da UFBA não é uma prática obrigatória em nossa Universidade. Em sua opinião, por que um autor deve querer publicar seu trabalho em formato digital e deixá-lo disponível no RI?

Existem várias vantagens, benefícios e incentivos para isso. Muitas pessoas procuram manter páginas pessoais, blogs e outros instrumentos na internet, a fim de dar publicidade e compartilhar a sua produção. Programas de Pós-Graduação têm a obrigação de fazer isso, de acordo com os requisitos da CAPES. Esta ação, no entanto, exige algum tempo e esforço para dar manutenção a estes instrumentos. Portanto, o primeiro benefício, é que o usuário se desincumbe de todo este trabalho, repassando-o ao Grupo Gestor do RI que, além de manter o sistema, poderá melhorá-lo continuamente. Segundo, além de repassar o trabalho, repassa a responsabilidade, pois o RI se compromete e se responsabiliza com a guarda de todo o material nele depositado, ad eternum. Terceiro, as facilidades e os recursos do ambiente do RI são muito úteis. Os seus usuários podem se beneficiar muito de seu grande poder de publicidade (por exemplo, engrenagens de buscadores têm os RIs como fontes prioritárias de busca), acompanhamento de acesso (por exemplo, o RI fornece estatísticas de quantos downloads foram feitos de cada trabalho, de que países vieram estes downloads, entre outras funcionalidades). Quarto, quando estamos fazendo depósitos no RI, estamos ajudando nossa Instituição e nossos alunos de diversas formas. Outras vantagens poderiam ser citadas ainda. Por exemplo, vamos tentar uma cooperação com o IBICTI e o CNPq no sentido de fazer uma integração entre a ferramenta do RI e o Lattes. Além de todas estas vantagens, o Grupo Gestor do RI fornece apoio à sua utilização. Não obstante todos estes aspectos, poderemos ainda estudar, no futuro, incentivos na forma de premiações. Tornar a disponibilização de trabalhos acadêmicos no RI uma prática obrigatória em nossa Universidade pode ser também uma possibilidade. Isto já tem sido feito em alguma medida (por exemplo, quando vinculamos alguns apoios com a necessidade de disponibilizar a produção no RI, como é o caso do E-LIVRO), mas a Universidade pode vir a decidir normas mais abrangentes.

 

4 – O Repositório Institucional (RI) tem trilhado um caminho de sucesso: no final de 2011, venceu um concurso nacional realizado pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia como o repositório brasileiro com o maior número de depósitos no período analisado. O que isto representa para o RI? Quais os planos futuros para o Repositório?

Isso representa muito, pois é um reconhecimento ao trabalho da equipe do RI e, portanto um incentivo renovado para prosseguirmos com o trabalho. É um reconhecimento institucional, dando uma visibilidade positiva à nossa Universidade, e uma visibilidade positiva para o próprio RI, fornecendo, simultaneamente, um reconhecimento à parcela da comunidade que já tem usado e um incentivo para que aqueles que ainda não estejam informados sobre o RI, ou não estejam fazendo uso corrente dele, passem a fazê-lo. Os planos para o futuro são manter e intensificar o trabalho de povoamento, a divulgação do RI e o suporte à sua utilização. Do ponto de vista do povoamento, pretendemos ter toda (ou pelo menos toda aquela que conseguirmos localizar) a produção de artigos em periódicos com autores da UFBA, publicada em qualquer tempo, depositada no RI. Para isso, temos utilizado, ou poderemos vir a utilizar, diversas estratégias, tais como busca nas principais bases de dados (Scielo, Scopus, ISI), busca nos Lattes, pesquisa em periódicos publicados pela UFBA, entre outras. Iniciaremos também um trabalho semelhante com Teses e Dissertações, que devem estar em um número próximo a dez mil. E queremos também que a utilização do RI em nossa comunidade se consolide. Como temos colocado em diversos fóruns, embora a disponibilidade de um sistema de acompanhamento e divulgação de projetos seja importante, um sistema como o RI nos parece ainda mais importante, já que, fazendo um paralelo, projetos são promessas e desejos de realização, enquanto os itens depositados no RI são exatamente os frutos destes projetos, além de outros frutos, digamos espontâneos, não necessariamente oriundos de projetos formais. Portanto, o RI tem todo o potencial para conter e disponibilizar toda a produção acadêmica efetiva da UFBA, seja no ensino, na pesquisa, na extensão, na inovação, na criação ou na gestão.

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