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Cristiane Porto

A professora Cristiane Porto é a convidada do Espaço do Autor do mês de fevereiro e a organizadora do livro lançado em nosso último lançamento coletivo de 2017, Whatsapp e Educação: Entre mensagens, imagens e sons, além dos livros App-learning: experiências de pesquisa e formação e Multiplicidades e redimensionamentos na educação contemporânea.

Cristiane é doutora pelo Programa de Pós-Graduação Multidisciplinar em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Mestra em Letras e Linguistica (UFBA). Além disso é bolsista de produtividade em pesquisa nível 2 do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), Pós-Doutora em Educação (UERJ) e líder e pesquisadora do Grupo de Pesquisa, Educação, Tecnologia da Informação e Cibercultura (Getic/ CNPq).

Na entrevista ela conta como o processo de aprendizagem se modificou com a chegada das novas tecnologias e vem se tornando mais dinâmico e colaborativo, de forma que professor e aluno conseguem ter um maior diálogo. Além disso, também são trazidos os principais desafios da implementação desse processo e qual o impacto do uso desses dispositivos na consolidação das práticas educativas atualmente.

1. Conte-nos um pouco sobre suas trajetórias profissional e acadêmica.

Sou graduada em Letras Vernáculas (UEFS), Mestre em Letras (UFBA), Doutora Multidisciplinar em Cultura e Sociedade (UFBA). Desde 2002 tenho me dedicado ao estudo da Cibercultura em especial, a comunicação científica e a educação. Sou muito ligada ao uso das tecnologias digitais, gosto pensar os novos artefatos da cultura digital e sua inserção na educação e a mudança que estes propõem na forma de comunicar ciência e criar novas metodologias educacionais

 2. É perceptível que estudos que envolvem tecnologia e educação ainda são vistos com um certo preconceito. Qual a sua maior dificuldade, enquanto pesquisadora, ao lidar com esse tabu?

Bem, eu não penso muito sobre isso. Penso mais em como pensar novas metodologias de ensinar e aprender, usando os artefatos que a cultura digital propõe. O problema é como ajudar o nosso professor a lidar com esse novo aluno e na criação de novos desenhos de aprendizagem, usando os novos dispositivos digitais.

3. De que maneira esses aplicativos auxiliam no desenvolvimento da autonomia de professores e alunos?

Penso que quando o professor deixa de ser o centro de todo o processo de aprendizagem e o aluno começa a ser ele mesmo o maior agente da sua aprendizagem, os aplicativos têm um papel fundamental nessa mudança. Acontece a aprendizagem colaborativa. A aprendizagem colaborativa é centrada no grupo e não em indivíduos isoladamente. O indivíduo aprende do grupo, mas individualmente. Os aplicativos, contribuem para a esta aprendizagem e, isso, proporciona uma forte interdependência entre a aprendizagem colaborativa e a aprendizagem individual

4. Quais são algumas das propostas de ensino e aprendizagem especificamente com o WhatsApp?

No livro que organizei com Kaio Eduardo e Alexandre Chagas, podem ser encontradas várias maneiras de como usar o WhatsApp como um artefato no ensino aprendizagem. A minha experiência foi com a leitura e produção de texto, seja de forma colaborativa ou individual em grupo no WhatsApp. Observamos aspectos ligados a recepção dos textos e, também, como o aplicativo colaborava para melhorar a argumentação oral e escrita dos alunos. Isso por meio de textos no aplicativo e discussões em sala de aula.

5. Qual o impacto da utilização desses dispositivos nas práticas educativas?

Penso que essa pergunta, parte da resposta pode ser encontrada nas páginas do nosso livro PORTO, Cristiane; OLIVEIRA, Kaio Eduardo; CHAGAS, Alexandre. WhatsApp e Educação: entre mensagens, imagens e sons. Salvador: Editus – Edufba , 2017.

6. Deixe uma mensagem para seus leitores.

O WhatsApp é um dispositivo que propicia não apenas a mobilidade do usuário, mas o potencial transformador que este modelo híbrido de ler e escrever apresenta; nos desafiando a descobrir e articular novas formas de ler, escrever e aprender. E, assim, o leitor-escritor do aplicativo é alguém que redimensiona o ato de ler e escrever, criando uma escrita mais participativa que se utiliza de imagens e sons para compor a mensagem.

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