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Hélio Campos

O professor Hélio Campos é o convidado do Espaço do Autor do mês de março e organizadora do livro lançado em nosso último lançamento coletivo de 2017, Licenciatura em Educação Física a distância: uma realidade baiana.

Hélio é formado em Educação Física pela Universidade Católica do Salvador (UCSAL), doutor em Educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Livre Docente em Educação Física pela AWU/IOWA/USA. É, também, formado em Capoeira regional por Mestre imba, Bolsista da Capes/UNEB/UAB. Docente Autor/Formador, membro do colegiado e coordenador de TCC do curso de licenciatura e, Educação Física EAD/UNEB/UAB. Professor aposentado da UFBA e UCSAL. Membro do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB) e escritor.

Na entrevista ele conta como o curso foi adaptado para a modalidade EAD, os principais desafios para os docentes das disciplinas teórico-práticas e quais as novas perspectivas desse tipo de ensino. Além disso, a obra também traz os principais desafios ao dar início à licenciatura a distância.

 

 1. Conte-nos um pouco sobre suas trajetórias profissional e acadêmica.

Me formei em Educação Física na Universidade Católica do Salvador em 1975, lecionei Educação Física nos Colégios Estadual Manoel Devoto, Colégio Estadual Carlos Santana I, Colégio 2 de Julho e Colégio São Paulo. Fundei em 1972 juntamente com o Mestre Itapoan a Ginga Associação de Capoeira que está em atividade até os dias de hoje. Trabalhei no SESI como treinador de Atletismo até 1979. No atletismo fui treinador de atletas de todos os níveis e de diversas modalidades com atuação na função de técnico na Federação Baiana de Atletismo, Seleção Brasileira Juvenil e na Seleção Baiana de Atletismo em várias edições dos Jogos Escolares Brasileiros até a década de 90. Trabalhei como Coordenador de Atletismo no Departamento de Educação Física da Secretaria de Educação e Cultura. Na Bahia organizei e atuei como Diretor Técnico de vários eventos de Atletismo como, Jogos Aberto do Interior, Campeonatos Escolares, Competições universitárias, Competições militares e organizei aproximadamente 200 corridas rústicas, inclusive três maratonas. A docência universitária me despertou quando fui escolhido para ser monitor no Curso de Educação Física da UCSAL. Logo após a formatura ingressei como professor de Ginástica III, posteriormente Ginástica Analítica e fui Chefe do Departamento Gímnico Desportivo e me aposentei em 2011. Na Universidade Federal da Bahia ingressei no quadro docente em 1978 como professor da Prática Desportiva ministrando as disciplinas Atletismo e Capoeira. Em 1987 fui transferido para a Faculdade de Educação onde fiz parte da Comissão para a Elaboração do Projeto para implantação do Curso de Licenciatura em Educação Física, juntamente com os professores Felipe Serpa, Olga Regina, José Ney Santos e Alcyr Ferraro. Na FACED/UFBA ministrei as disciplinas Atletismo, Treinamento Desportivo, Estágio Supervisionado e Capoeira. Fui Coordenador do Colegiado na década 90, Curso de Especialização em Atividade Física e Saúde e Treinamento Desportivo. Desenvolvi vários projetos de extensão como cursos, seminários e a Equipe de Atletismo. Na pós-graduação fiz Livre Docência na American World University, IOWA, USA e Doutorado em Educação na UFBA. Fui responsável pelo Convênio entre a Universidade de Coimbra e UFBA. Como professor convidado ingressei no Projeto da Licenciatura em Educação Física da Universidade Estadual da Bahia e Universidade Aberta do Brasil.

 

2. Quais foram as principais dificuldades encontradas a partir do momento que vocês decidiram iniciar a licenciatura em educação física a distância?

 

Em 2009 fui convidado pelo Prof. Francisco Pitanga para participar de um

projeto diferente na área da Educação Física, pois o projeto tratava-se de um Curso de Graduação em Educação Física a distância. Para nós, algo bastante desafiador, até porque nossas experiências sempre foram pautadas na formação do professor de Educação Física na modalidade presencial. Possivelmente essa foi a minha primeira dificuldade entender como poderíamos formar professores de Educação Física de qualidade. Como sou movido a desafios profissionais e tenho um olhar diferenciado para tudo que é criativo e inovador, de pronto encarei o desafio da graduação do curso de Licenciatura em Educação Física a distância. O curso inicialmente foi oferecido para as cidades de Itanhém, Mundo Novo, Santo Estevão e Valença. Todos os professores de Educação Física convidados não tinham experiência nessa modalidade de ensino, por esse motivo, foi necessário que todos tomassem cursos a exemplo: como elaborar o módulo de estudo, planejamento de curso, apresentação dos vídeos aulas, organização do AVA e Vídeo conferências, sem falar de muitas leituras de artigos e livros para entender mais sobre o EAD.As outras dificuldades ficaram por conta da infraestrutura da UNEB e dos polos das cidades sedes. Destaques para os laboratórios de informática, biblioteca, quadra de esportes e material didático pedagógico. Porém, vale ressaltar o enorme entusiasmo de todos professores, tutores, alunos, funcionários e técnicos pelo projeto o que fez todos vencerem os desafios e superar as precariedades. Cabe, sobremodo, o registro de que ficou bem claro quando das apresentações dos TCCs, que o esforço de todos os profissionais envolvidos no Projeto da Licenciatura em Educação Física a Distância é um projeto vencedor, pois percebemos que os alunos tinham qualidade na formação, conteúdo e muito comprometidos com a profissão, além da enorme alegria e satisfação de estarem concluindo um curso superior.

 

3. De que maneira o curso teve que se adaptar para poder ter sido realizado em formato EAD?

 

Na verdade, trata-se de novo projeto da UNEB e UAB. Portanto, o curso foi elaborado desde o Projeto Político Pedagógico e foi se adaptando às condições de infraestrutura da UNEB e dos polos em cada cidade do interior.

 

4. Quais os maiores desafios para os docentes das disciplinas teórico-práticas?

 

Creio que o primeiro desafio foi a elaboração do módulo de estudo pela sua especificidade. Também a produção dos vídeos aulas. As aulas práticas, apesar da carência de material didático pedagógico, quadras, piscina, pista e laboratórios foram superadas pela dedicação e competência dos tutores presencias e dos professores formadores, os quais com suas experiências e criatividade fizeram as aulas acontecerem, aulas estas elogiadas pelos alunos no Fórum Aberto.

 

5. Expliquem quais são as novas perspectivas desse tipo de ensino, exploradas na publicação.

 

O nosso Livro Licenciatura em Educação Física a Distância: Uma Realidade Baiana nasceu da necessidade de relatar a nossa experiência no ensino de graduação visando formar professores de Educação Física com qualidade, competência e habilidades para exercerem suas atividades profissionais no ambiente escolar, principalmente na educação básica. Os autores desta singular coletânea no desejo de contribuírem com a ciência e a sociedade como um todo é que se debruçaram diuturnamente nas aulas, pesquisas, seminários, debates, reuniões de colegiado e conseguiram produz artigos e relatos de experiência que por certo contribuirá de maneira altamente significativa para a consolidação desta modalidade de ensino nos cursos de graduação em geral.

 

6. Deixe uma mensagem para seus leitores

 

Recomendo a leitura do livro Licenciatura em Educação Física a Distância: uma realidade baiana pelo fato de que os livros ultrapassam fronteiras, agem no imaginário do leitor, projetam no seu âmago um mundo novo, sempre possibilitando descobertas fascinantes, impulsionando o leitor para novos saberes, novas atitudes, refletindo os conhecimentos de uma época e contando histórias peculiares, tornando-se, portanto, uma viagem sem fim que o tempo jamais será capaz de apagar.

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