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Nídia Maria Lienert Lubisco e Sônia Chagas Vieira

    Neste mês, o Espaço do Autor tem a satisfação de apresentar a entrevista com Nídia Lubisco e Sônia Vieira, autoras do Manual de estilo acadêmico: trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses.  Além de contar o processo de escrita e concepção do Manual, as autoras falam sobre o sucesso do livro que oferece importantes orientações ao pesquisador, seja ele um estudante de graduação ou um experiente cientista.  

Por Camila Fiuza

07/01/2014

1 – Como vocês se conheceram? Na própria UFBA, especificamente na então Biblioteca Central Reitor Macedo Costa (BC), em 1991. Eu (Sônia) acabava de ingressar como bibliotecária, por meio de concurso. De fato, eu me sentia retornando à Universidade, uma vez que, de 1974 a 1978, eu havia trabalhado na própria Biblioteca Central. E eu (Nídia), em 1989, concursada para o cargo de docente do atual ICI (antiga Escola de Biblioteconomia), aguardava a nomeação ministrando aulas como professor voluntário. Neste ínterim, vagou o cargo de Diretor da BC, quando fui indicada por Dinorah Quaresma, então Vice-diretora da Escola, em atendimento a um pedido do reitor Rogério Vargens. Já na condição de diretora (1991-1997) foi que nos conhecemos, portanto, pela via do trabalho. Desde então começamos a trilhar a mesma jornada profissional, que nos fez descobrir interesses e visões afins, e também deu origem à amizade pessoal.   2 – Quando surgiu a ideia de escrever o Manual de estilo acadêmico? Por iniciativa de Tânia Fisher, docente da Escola de Administração, e com base no trabalho pioneiro de Gilda Pires Ferreira (por volta dos anos 70) – bibliotecária daquela Escola e docente da então Escola de Biblioteconomia –, fomos convidadas a elaborar um manual para o programa de pós-graduação. Hoje, embora agradecidas, reconhecemos que foi um trabalho incipiente, tanto pela nossa inexperiência, quanto pela pressa com que foi feito para atender a um evento de ADM. Mesmo assim, ante a repercussão que teve, a própria Tânia Fisher sugeriu que fosse adotado pela UFBA, como iniciativa da PRPPG. Naquela ocasião, a Pró-reitoria recomendou o Manual aos programas, inclusive distribuindo um exemplar a cada um. Ante a aceitação dessa primeira edição e a visão da diretora da EDUFBA, Flávia Garcia Rosa, lançamos a primeira edição em 2002 com o selo da Editora. No entanto, se levarmos em conta a proposta de Tânia Fisher, a aceitação da comunidade, a distribuição gratuita da primeira edição pela PRPPG e a declaração da Flávia de que “o Manual é o best seller da Editora”, tudo isto não tem sido suficiente para que ele seja oficialmente adotado no âmbito da nossa Universidade. Por outro lado, a Unifacs, na segunda e terceira edições, estabeleceu parceria com a EDUFBA, concretizada tanto por aporte financeiro, como pela adoção oficial do livro naquela instituição; sem contar, a compra por parte de docentes e estudantes de outras IES da Bahia e de outros estados.   3 - O Manual de estilo acadêmico chegou à sua 5ª edição e é um dos livros mais vendidos da Edufba. Vocês imaginavam que a obra tivesse esse reconhecimento? A que você(s) associa(m) o grande sucesso da publicação? Não, não imaginávamos. Mas quando do impacto daquela primeira edição, ainda por iniciativa de ADM, feita às pressas, nos demos conta inclusive da nossa imaturidade em aceitar o desafio de elaborar um “manual” em tempo recorde (nem lembramos em quanto tempo foi) sem titubear. A partir dali, mergulhamos e o resultado está aí. Como autoras, consideramos que o “grande sucesso da publicação” começa com a lacuna existente na UFBA, quando da sua primeira edição, ainda fora da EDUFBA. Bem, outro fator que pode se configurar como sintoma do sucesso do Manual são os constantes emails que recebemos de usuários nos parabenizando pela sua utilidade, também fazendo consultas e pedindo esclarecimentos, fato que tem contribuído para o aperfeiçoamento do trabalho. A exemplo de tantos usuários que têm se beneficiado com o uso do Manual e nos ajudado com suas perguntas nas revisões críticas, gostaríamos imensamente que nossos colegas bibliotecários tivessem a mesma naturalidade de questionar e mandar sugestões para uma obra que veio enriquecer não só o catálogo da EDUFBA, como se consolidou pela sua utilidade entre docentes e alunos de graduação e de pós.   4 - Como foi o processo de escrita e concepção da 5ª edição revista e ampliada do Manual de estilo acadêmico? Primeiro, temos que esclarecer que nos afinamos muito bem para trabalhar, apesar de termos algumas discordâncias. Mas até isso administramos de maneira objetiva, com naturalidade e sem reservas. O processo de escrita não tem nenhuma receita original, a nosso ver: ir passo a passo, relendo juntas página por página, criticando, corrigindo, revendo, inserindo as novidades e também anotações que vínhamos coletando a partir da 4ª edição. No caso desta 5a. edição, enfrentamos alguns fatores que nos dificultaram: um, o de todos, a diversidade de ocupações que vamos acumulando na Universidade; outro, porque as revisões do manuscrito (várias) e mais a da edição formatada, chegado o momento, tivemos que fazer a distância (Sônia em Salvador, Nídia na Espanha).   5 - O Repositório Institucional da UFBA é uma ferramenta virtual que disponibiliza gratuitamente mais de 12 mil documentos para download. Entre as 223 obras da Edufba que estão disponíveis no RI/UFBA, o Manual de estilo acadêmico é um dos livros mais baixados. Como vocês encaram essa nova tecnologia no que diz respeito aos direitos autorais e a sua divulgação? Estamos de pleno acordo com essa filosofia de Open Archives. Cada vez mais, a humanidade, a sociedade, as diferentes comunidades precisam ter acesso livre à informação. Já basta que o acesso aos computadores não é amplo, democrático, no sentido que todos possam se beneficiar. O número de excluídos é bem maior que dos beneficiários. Então, só temos a elogiar a iniciativa da EDUFBA – luta pessoal da Flávia – de dar sua parcela de contribuição a essa que é uma iniciativa socialmente relevante.   6 - Vocês têm outro projeto em andamento? Pretendem escrever outro livro? Projeto, projeto, ainda não. Ideias sim. Temos artigos pendentes e uma dívida antiga conosco acerca de um livro para a área de Biblioteconomia. Mas não gostaríamos de adiantar.   7 - Deixem uma mensagem para os leitores da EDUFBA. Nosso desejo sincero é que cada vez mais se aprofundem nessa ferramenta que pode ajudá-los nos seus trabalhos acadêmicos, do mesmo modo que uma carta de navegação ajuda o navegador; e também que não deixem de nos mandar suas críticas e sugestões. Estas são um insumo importante para nosso aprendizado e para o aperfeiçoamento do que será a 6ª edição.  

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