A autora convida-nos neste livro a fazer uma viagem ao interior do lado mais oculto dos centros históricos de duas cidades: Salvador da Bahia, no Brasil, e Lisboa, em Portugal:  comparativa, etnográfica e historicamente, dá-nos a conhecer as múltiplas formas e modos de habitar de algumas das áreas mais esquecidas e pobres de ambas as cidades. O habitar de um conjunto de becos/avenidas, casarões e pátios destas cidades é-nos descrito com grande maestria e perspicácia, analítica e interpretativa, aprofundando os interstícios destes espaços abandonados e escondidos que, ao mesmo tempo, são tão centrais e estruturantes da vida urbana e metropolitana. O livro tem ainda o mérito de relativizar noções como habitabilidade, marginalidade urbana, e vizinhança, constituindo-se como um contributo fundamental para o conhecimento das nossas cidades e seus centros históricos em processo de transformação acelerada.

A partir do reconhecimento da falta de motivação dos estudantes em relação às aulas e da necessidade de possibilitar a criação de diferentes estratégias de ensino ancoradas nas múltiplas linguagens, os autores dos textos que compõem este livro orientam-se pela premissa de que a atividade lúdica é um importante recurso didático-pedagógico nas práticas de ensino. Concentrados no recorte da Geografia, defendem que a disciplina deve apontar caminhos para um ensino mais próximo da realidade do(a) estudante, da dinâmica do mundo e da formação integral. Para isso, apostam no diálogo da Geografia com as artes – música, literatura, imagem, cartografia e cinema –, potencializando outros modos de ensinar e aprender em sala de aula.

A obra reúne textos sobre comunicação, cultura e publicidade a partir da perspectiva de diferentes autores. A primeira parte do livro é composta por artigos que tratam da campanha publicitária “O mundo se encontra no Brasil. Venha celebrar a vida”. A campanha buscava atrair estrangeiros para o país, que sediaria a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. As peças publicitárias são analisadas por meio de diferentes modelos teóricos, como a semiótica, a análise do discurso e o estudo de recepção. Já a segunda parte reúne escritos de autores brasileiros e internacionais sobre as interfaces entre os campos da comunicação e da cultura.

A coleção Nebulosas do Pensamento Urbanístico resulta de um trabalho coletivo e tem como principal objetivo trazer uma contribuição teórica e metodológica sobre diferentes modos de pensar e de fazer a história do urbanismo e as formas de narrá-la. A expressão modos de fazer – que dá título a este segundo tomo, após os modos de pensar – significa modos de agir e pressupõe um pensar em ato. Isto é, um pensar que é ação em suas condições efetivas de ser. Dito de outro modo, uma ação que sabe-se um pensamento em toda sua potência crítica e, assim, em sua porosidade e capacidade de transmutação, à medida que experimenta métodos e se experimenta social e culturalmente.

O livro é o primeiro volume de uma série voltada para a discussão da problemática urbana de Salvador e região metropolitana. Essa primeira publicação reúne textos, entre análises, informes técnicos, pareceres, ensaios e documentos, que possibilitam o exame e a análise crítica do PDDU de Salvador, aprovado em 2016. O processo, documentado com rigor na obra, merece a atenção não apenas de profissionais e acadêmicos/as de urbanismo, arquitetura e engenharia, mas também de quaisquer cidadãos e cidadãs interessados/as na defesa de seu direito à cidade.

Esta obra analisa como o tema da crítica da cultura estrutura-se no pensamento de Richard Rorty. O livro também pode ser lido como uma introdução ao pensamento rortyano a partir do escrutínio de sua proposta metafilosófica, pois é justamente sua investigação sobre a natureza dos problemas filosóficos que o conduz ao entendimento da filosofia como um tipo de política cultural. A tese defendida pelo autor é a de que a filosofia de Rorty desenvolveu-se pela via oposta ao pensamento de Kant. Ou seja, em vez de separar o juízo estético da razão prática e da razão pura, Rorty busca fazer o inverso e mostrar como arte, moral e teoria estão entrelaçadas. Por isso mesmo, a proposta rortyana deveria ser entendida, antes de tudo, como uma tentativa de conciliação entre as esferas da cultura através das quais os indivíduos reflexivos tentam dar sentido às suas vidas.

As “apraxias” às quais a obra refere-se em seu título são problemas de ordem funcional e cuja explicação permanece aprisionada no dualismo mente-corpo. A autora trata das patologias da linguagem e busca compreender as situações em que o corpo foge ao controle voluntário. O livro traz a visão de intérpretes clássicos das (a)praxias, como Piaget, com novidades argumentativas a partir da reinterpretação da relação entre estrutura, função e funcionamento corporal à luz da aproximação à Psicanálise, o que resulta em uma investigação ampla e humanista do seu objeto de pesquisa.

O livro é voltado para estudantes das Humanidades, num sentido amplo, que contempla todos aqueles que se interessam pelo avanço do conhecimento na área. Nos textos que compõem a obra, o autor discute conceitos chave para as ciências sociais, como “identidade”, “monumento”, “mito”, e “etnografia”. Para dar novos sentidos a palavras e dicotomias como “erudito” e “popular”, recorre à análise da antiguidade clássica e seus ícones, como o poeta Homero, apresentando uma perspectiva diferente para se avaliar os diferentes conhecimentos cultivados nos diferentes estratos da sociedade.

O livro apresenta uma pesquisa sobre o perfil dos alunos e alunas ingressos e egressos dos Bacharelados Interdisciplinares da Ufba e analisa as suas trajetórias acadêmicas dentro da universidade. A história do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos (Ihac), que sedia esses bacharelados, reflete as transformações pelas quais passou a universidade brasileira nesta e na última década, sendo marcada por inovações curriculares, incremento de percursos formativos interdisciplinares e inclusão de camadas da população menos privilegiadas do ponto de vista econômico. Em meio a esse processo de democratização do ensino superior público, o papel do Ihac, relatado na obra, é o de centro de formação de agentes culturais de transformação. 

A obra analisa do lugar ocupado pela Bahia no contexto da I República, transcendendo a um retrato em detalhe do que era a política brasileira na época. Uma série de personagens e episódios emblemáticos da história da Bahia é evocada de modo a corporificar toda a trama social e política de um momento tão intenso. O círculo seleto de uma elite que tratava de assuntos privados e públicos na mesma folha de papel é adentrado pela pesquisa do autor. Brito faz, ainda, uso da fotografia como fonte para a história e dá ao leitor a oportunidade de compreender a iconografia histórica do período abordado, cultivada até os dias de hoje.